segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Tempo de atitude: a batalha continua

O ano começou trazendo o primeiro aniversário da Casa de Apoio. Na verdade, abrimos os primeiros instantes de 2016, literalmente em plantão, erguendo a luz da missão e assim, fazendo as vésperas do nosso primeiro aniversário, 12 de janeiro.

Enquanto aumenta o número de municípios atendidos por nossa entidade, hoje, já somamos um total de cerca de 68 de várias regiões do país, assim como, pacientes de 08 estados, além de Pernambuco. Estes números tendem a crescer e também a complexidade do atendimento aos nossos acolhidos.

Também, o primeiro aniversário marca o pontapé definitivo para a regularização jurídica da instituição. Assim, mesmo sendo ameaçados por dificuldades gigantescas, partimos para a ação proativa criando um grupo de comunicação para cuidar melhor da difusão da imagem, trabalho e necessidades da Casa.

Fomos ativos de maneira efetiva. Ou seja, o carnaval nos encontrou de pé. Até fomos foliões virtuais, criando uma “La Ursa” da Casa de Apoio, com objetivo de homenagear a folia pernambucana e buscar solidariedade e arrecadação de recursos. O resultado não foi de êxito pecuniário, porém, valeu a iniciativa.

A “La Ursa” voltará melhor e mais bem ensaiada para os próximos desfiles.
Esta caminhada, passou pela tempestade que assolou o Recife e nos arrancou cerca sete telhas, em uma sexta feira, o que foi resolvido com o socorro solidário de amigos, voluntários e parceiros. Queremos salientar a prontidão dos amigos em buscar formas de nos ajudar.

Continuamos nossa participação no programa “Transforma Recife” e aumente o número de voluntários que responde positivamente às nossas convocações. Lançamos campanhas sucessivas para fazer frente às demandas e projetos de trabalho.

Agora, queremos fazer um caminho, aparentemente, inverso, preparando um mutirão de saúde e serviço social no interior. Nossos pacientes vêm de lá e é lá, que ocorrem situações evitáveis, que levam a patologias que poderiam ser diagnosticadas precocemente e melhor tratadas. Este projeto, a que chamamos de “Acolher com Afeto Vai Até Você”, contará com palestrantes sobre temas de saúde pública e de educação sanitária, além de recreadores.

Como é fácil perceber, reagimos os desafios com mais trabalho, com mais ousadia. Agora, já temos também um blog (www.casadeapoiocolhercomafeto.blogspot.com).
Deste modo, buscamos ampliar a visibilidade de nossa ação. Temos dificuldade de transpor as fronteiras da grande mídia, mas, o universo virtual fornece caminhos que podem ser eficientes para a divulgação da Casa. Neste mesmo sentido, criamos dois grupos de “Facebook”. O primeiro, foi o grupo “Casa de Apoio Acolher Com Afeto” e o segundo, que é um grupo aberto, chama-se: “Doou, Tá doado”. Todos os meios de difusão de nossa entidade estão sendo usados das formas mais criativas possíveis.

Portanto, ultrapassar os doze meses de existência foi um chamamento a mais nesta causa de filantropia e assistência social. Com humildade, mas, com atitude, dobramos nossos joelhos implorando a misericórdia divina e erguemos nossos braços para a luta. Com a mesma contrição que imploramos aos Céus, a graça de sermos abençoados em nossa missão, chegamos ao fim do bimestre perseverando, obstinados, criativos.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O início...


Em doze de janeiro do ano de dois mil e quinze. Nesta data um grupo de voluntários liderados pela Srta. Cássia Cristiane Albino da Silva e o Sr. Marcelo Cavalcanti, com ousadia, alugaram uma casa na Rua Jornalista Edmundo Bittencourt nº 143-B, no bairro da Boa Vista, Recife, PE. Na verdade, um imóvel acanhado para as dimensões dos sonhos de filantropia e assistência social do grupo.

Neste período inicial (12/01 a 28/02/2015), foi atendido  aproximadamente 175 pessoas, disponibilizando as principais refeições: café da manhã, almoço e jantar. Uma parte dos atendidos, cerca de 25%, pernoitaram em nas instalações, por um ou mais dias, incluindo domingos e feriados, pois, para os pacientes e seus acompanhantes não há interrupção de demanda, até mesmo, nos casos ambulatoriais, tendo em vista que, em se tratando de “tratamento fora de domicílio”, todo dia pode ser dia de urgência.

Foram recebidos pacientes e acompanhantes de Taquaritinga do Norte, Macaparana, Arcoverde, Água Preta, de Águas Belas, São Caetano, Afogados da Ingazeira,Santa Cruz do Capibaribe, Paulista, Palmares, Belo Jardim, Garanhuns, Rio Formoso e, ainda, de São José da Tapera do vizinho estado das Alagoas.

O atendimento não se limita ao fornecimento de alimentação e um descanso simples. Mas, buscamos ir além do acolhimento e, assim, amenizar as angústias emocionais de doentes, e seus acompanhantes.

Neste período, após alguns acertos, passamos a integrar o “IDS – Instituto de Desenvolvimento Social”, uma organização do terceiro setor, que agora, nos dá a sua face jurídica. 

"Somos simples voluntários, que buscam com uma atividade básica e elementar, dar de comer, abrigar e assistir a gente humilde, trabalhadora e idosos, que perseguem um pouco de bem estar e saúde, tentando reduzir com “gotas d’água” o incêndio de desassistência endêmica, que acomete nossa população interiorana mais carente " (Cássia Cristiane - Presidente da Casa de Apoio)

Este foi apenas o começo.

Recife, 01 de março de 2015

A emergência no atendimento

Entre as diversas maneiras de atender as pessoas do interior, um tipo de acolhimento se destacou recentemente: o emergencial. De fato, em duas ocasiões, se teve a oportunidade de acolher pessoas em situação de iminente risco. Na primeira vez, aconteceu em uma sexta feira muito chuvosa, ao cair da tarde, quando, bem próximo a  sede surgiu uma senhora com um recém-nascido de apenas três meses de idade, que acabara de receber “alta” de hospital próximo. Desabrigada sob a chuva, a mãe-acompanhante tentava proteger a criança, quando  foi encontrada e convidada para a  Casa. Verificados os documentos, foi oferecido apoio e assistência. A dupla, mãe e filho eram de Ouricuri, no estremo oeste do estado e na manhã seguinte foram atendidos, por um transporte da Secretaria de Saúde daquele município, por solicitação da Presidente da Casa, Cássia Cristiane
Chegou também uma outra dupla: mãe e filha, acabava de chegar da cidade de Barra de São Francisco, do Espírito Santo, recebendo o mesmo apoio e se hospedando nas instalações da  Casa de Apoio.
Esses são dois casos para ilustrar a situação da falta de suporte em que se encontram as populações do interior, que buscam, no Recife, por tratamento de saúde. É aí, que a posição como Casa de Apoio independente fica em condições mais adequadas, sendo procurada por estes cidadãos, que não encontram  abrigo a qualquer hora que chegam necessitando de suporte para dar início ou continuidade a tratamentos de saúde - as vezes longo e difícil.
Verifica-se o aumento crescente do universo de pacientes que necessitam de acolhimento. Há situações que mesmo tendo recursos limitados, dependendo exclusivamente da sociedade civil, a Casa não pode se negar à tarefa.



FILANTROPIA


Um conceito:

Entendemos, que a filantropia é um meio de exercer tarefas democráticas. Ou seja, quando pensamos e agimos para o outro que necessita de nossa mão estendida e acolhedora, saímos de dentro de nosso casulo misógino e deixamos de olhar apenas para o próprio umbigo. Desta maneira, nossa cidadania se enriquece, melhorando a qualidade de nossas relações sociais.
Um povo que tem noção consciente de que o outro é seu fraterno, não aceita tiranias ou ditaduras de qualquer cor. Acrescentaria mais, o ser filantrópico é ferramenta de preservação da liberdade e de promoção humana.
Por isto mesmo, a prática assistencial é, frequentemente, desdenhada e, até, ridicularizada pelos defensores de distopias.
Em outras palavras, amar ao próximo é cumprir mandamento cristão. Ao contrário, a semeadura do ódio é, sem dúvida, mefistofélica.


No princípio era um sonho. Acordar foi tomar nas mãos e, simplesmente fazer”. 
(Cássia Cristiane - Presidente da Casa de Apoio Acolher com Afeto)

domingo, 21 de fevereiro de 2016

DOAÇÕES E PARCERIAS


Casa de Apoio Acolher com Afeto
Apoio a pacientes em tratamento de saúde fora de domicílio.

Para doações e parcerias:

casa.acolhercomafeto@gmail.com

Presidente: Cássia Cristiane 
Vice Presidente: Marcelo Cavalcanti







sábado, 20 de fevereiro de 2016

O DESAFIO E A CORAGEM DE CONTINUAR


Iniciamos  o ano sentindo muito mais do que simples manchetes, noticiando a crise econômica em que o país está mergulhado. As portas que se apresentam ante o destino de nosso trabalho, assim como, as eventuais fontes de generosidade social, começam a ser fechadas para o público que acolhemos. Quando a economia reflui, o restante da sociedade, também, recua, compulsoriamente.
Foi observando este panorama, que lançamos em nossa página social e divulgamos a todos, no ano passado, o texto, “A Crise e a Emergência da Ação Social”. Neste documento, procura-se expor a importância da assistência social e da ação filantrópica nos momentos em que as dificuldades são agravadas e as camadas mais pobres e desassistidas da população têm suas condições de vida pioradas.
A “Casa de Apoio ACOLHER COM AFETO” não tem características sindicais, nem tampouco, atua como linha de frente de movimento social. Esta instituição realiza o acolhimento concreto de cidadãos de poucos recursos e até desvalidos, que vêm à capital para tratamento de saúde, fora de seus domicílios. Tudo que pretendemos é dignificar o esforço dessa gente, que apesar de tudo, não se resigna e luta por si mesma na instância mais elementar, que é a vida e a saúde.
Assim sendo, em nada diminui o volume do trabalho da Casa de Apoio. Pessoas de quase um terço dos municípios pernambucanos estiveram entre os nossos atendidos. Talvez, este número seja quase uma gota d’água, pois, como conclui o texto sobre “A Crise e a Emergência da Ação Social”, ...”mais de um milhar de indivíduos perambulam pelas calçadas, pelas praças, pátios, ao relento sujeitos às intempéries em peregrinação no programa ‘TFD (Tratamento fora de domicílio)’. Essa gente quase invisível ao nosso olhar de urbanos, cosmopolitas, o que não diminui a premência da ação solidária”.
Mais que isto, quando as circunstâncias se mostram mais adversas, a “Casa de Apoio ACOLHER COM AFETO” se inscreve na plataforma do “Transforma Recife”, da Prefeitura da Cidade do Recife, participando da solenidade de inauguração da réplica do voluntariômetro” e ainda, lança campanhas de ampliação de sua ação e evolução enquanto instituição. Deste modo, foi estabelecido uma parceria com o grupo “Partilhar”, que congrega psicólogos e profissionais afins, para um trabalho de apoio aos nossos hóspedes em suas vulnerabilidades emocionais e existenciais, indo aonde as instituições de saúde negligenciam, que é o cuidado com as fragilidades advindas da condição de desterrados temporários e outras aflições porque passam homens, mulheres e crianças, que vêm do interior para procedimentos médicos e hospitalares no Recife.
Além disto, está lançada a campanha de consolidação institucional, que dará total independência e autonomia jurídica à Casa de Apoio. Estamos no curso de nossa missão, literalmente, “de cara pro vento”, enfrentando as vicissitudes de momentos nublados, que, todavia, não assombram porque nosso desígnio está avante e à frente dos horizontes visíveis.
Em nosso cotidiano, continuamos a receber os incentivos da sociedade civil. A “Coopeclin”, através de sua Presidente, Dra. Sirleide Lira, tem sido generosa e sempre nos presenteia com doações, que incluem um ventilador que chegou em hora mais que oportuna.
Agora neste fim de mês, participando das comemorações da Semana do Voluntariado, Clécia Marinho, do “Partilhar”, foi indicada por nós e escolhida, para receber o certificado de menção honrosa, como integrante do esforço de atividade voluntária.
Fica o nosso agradecimento. Continuamos de mãos estendidas para receber e poder minimizar a dor das famílias.

UM ASSALTO SE TRANSFORMOU EM HISTÓRIA DO BEM


O ano era 2010. Cássia Cristiane acompanhava sua filha mais velha em procedimentos de pré-natal, de gravidez de risco e teve que pernoitar ao ar livre, em um pátio do Hospital do IMIP. Durante a madrugada, ao pestanejar, foi surpreendida por um assalto a mão armada. O prejuízo foi um celular simples e um trocado. A humilhação, a memória do esbulho, entretanto, jamais foi esquecida.
Assim como ocorreu com ela, acontece, quase todos os dias, nas cercanias das unidades hospitalares de saúde de nossas capitais. Ficou, ao lado da marca traumática, o desejo de mudar, de fazer alguma diferença.
Oriunda e, então, moradora das terras agrestes de Taquaritinga do Norte, logo depois, teve a oportunidade de administrar uma casa de apoio pertencente à municipalidade de lá do seu lugar.
Começou assim, a aprender a lidar com o drama humano de milhares de pessoas do interior, que vêm à capital para “tratamento fora de domicílio”, o famoso “TFD”. Por dois anos, praticou uma verdadeira militância pelo atendimento e amparo hospitaleiro aos pacientes e acompanhantes de seu município. Dotada de espírito indômito, com o tempo, passou a se sentir cerceada na amplitude de seu desejo de acolher toda aquela gente sofrida, que assistimos vagar pelas calçadas, nas ruas e praças adjacentes aos hospitais públicos, pincipalmente, aqueles de referência.
O conflito entre a vocação altruística e os limites e distorções de uma burocracia insensível aos seus apelos por uma prática mais eficaz da ação social, acabaram por levar a sua demissão. Todavia, este fato seria o gatilho para um novo empreendimento social.
Assim, em 12 de janeiro deste ano de 2015, passou a existir, concretamente, a “Casa de Apoio ACOLHER COM AFETO”, resultado do esforço conjunto, fortalecido por amigos e familiares, que tomou forma com a presença de Marcelo Cavalcanti, seu companheiro e antigo militante de causas sociais, que, resolutamente, assumiu a eu lado, a frente executiva da nova entidade.
A partir daí, um novo cenário passou a se descortinar. Sem os limites municipalistas, a nova Casa abriu horizontes e já contabiliza o atendimento a pacientes de mais de 50 cidades, das quais, 44 de Pernambuco. A média de atendimento mensal atinge a marca de cerca de 200 pessoas. Não há limitação de horário. A “Casa de Apoio ACOLHER COM AFETO” trabalha “full time”.
Porém, tudo isto se mostrou insuficiente. Acolher, oferecer uma refeição, um lugar para repousar é importantíssimo, mas, não é tudo. Em agosto, foi firmada uma parceria com o grupo “Partilhar” e semanalmente, alguns pacientes e acompanhantes vão até a sede deste grupo e participam de uma tarde de terapia ocupacional, com assistência pessoal realizada por psicólogas experientes. Também, nas quartas feiras, pela manhã, uma psicóloga visita a sede da Casa de Apoio e passa horas de convívio participante, sendo bastante solicitada e querida. pelos presentes na Casa. Ainda, realizamos, de modo eventual, passeios lúdicos, com a finalidade de elevar o ânimo e o humor dos acolhidos.
Muitas dessas conquistas foram alcançadas através da inclusão da instituição na plataforma do “Transforma Recife”. A partir desta inserção, multiplicaram-se os voluntários e amigos da missão, possibilitando uma abertura do leque de ações da entidade.
Atualmente, diversas campanhas estão em curso para melhorar e ampliar nosso atendimento. Muitos desses projetos são possíveis graças ao uso da plataforma de convite ao voluntariado.
Queremos melhorar e aumentar o atendimento aos nossos acolhidos. Precisamos desde colchões, material de limpeza e cestas básicas, a reparos na sede. São inúmeros itens de que a Casa de Apoio carece.
Estamos em plena crise econômica, contudo, envolvidos, dispostos, buscando os meios de superação das dificuldades, aparentemente, conjunturais, acreditando no valor do amor “caritas”, na importância da prática da assistência social, na eficácia da filantropia como ferramenta de construção democrática, de ação solidária efetiva, sem os delírios, supostamente, utópicos, que levam a perversões sociais desumanizantes.
Costumamos reafirmar a frase da Presidente, Cássia Cristiane de que, “se não amarmos ao próximo, a quem vemos, como amaremos a Deus a Quem não vemos?” ... E assim, caminhamos.